sexta-feira, 29 de abril de 2011

2 de Maio - Ativismo menstrual em ação!!


Está chegando a hora de mais uma Edição da Campanha 2@Vermelha. A campanha, que é mundial,  tem como mote a valorização da menstruação em vários aspectos, para incentivar as mulheres a cuidar de sua saúde íntima e reprodutiva, dando-lhe maior visibilidade no cinema, nos meios impressos, na arte, em outras mídias e redes sociais. A iniciativa no Brasil é do Coletivo de Mulheres Clã Ciclos Sagrados. Este ano a novidade é a transmissão simultânea da mesa-redonda em torno do tema que acontecerá em São Paulo.
Todos os anos, desde o início da campanha no Brasil em 2008, sempre criamos formas de incentivar as pessoas, homens e mulheres, principalmente as mulheres, a gerarem ações para chamar a atenção para o slogan da Campanha: 1 milhão de mulheres celebrando sua menstruação!

PROGRAMAÇÃO 2 de Maio:
16h: Conference Call com a ativista menstrual americana autora do livro “Becoming Peers:Mentoring Girls into Womanhood”,  DeAnna L’am. “Menstrual Monday – A Worldwide Sisterhood” (Segunda Menstrual: a irmandade mundial) com tradução.
+PALESTRAS:
17hs: “Magia e prazeres dos ritmos do feminino” - Bia Fioretti
18hs: “Cyber Ativismo Menstrual” - Danielle Sales
19hs: “O potencial criativo da Menstruação” - Monika Von Koss
20hs as 21hs30 – Mesa-redonda com Mediação de Sabrina Alves: Monika Von Koss, Danielle Sales, Bia Fioretti e participação de perguntas.
.::ONDE::. Instituto Naradeva Shala
Endereçeo: R. Coriolando, 169/171 (próximo ao Shopping Bourbon e ao Sesc Pompéia)
http://www.naradeva.com.br/

terça-feira, 26 de abril de 2011

Saúde da Mulher Negra



As grosserias do deputado Bolsonaro (PP-RJ), representante e sobrevivente da extrema-direita brasileira, e a confusão bíblica do seu colega pastor Marco Feliciano (PSC-SP) – que tuitou que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”, e que “a África sofre com a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids” – só foram feitas porque há “proteção” do foro privilegiado e a deturpação do seu sentido.  Ele garante o exercício da livre expressão, mas não o direito de incitar o preconceito e a intolerância.
O racismo no Brasil existe e,  pior,  é um caso de saúde pública, segundo dados publicados por Maria do Carmo Leal, Silvana Granado Nogueira da Gama e Cynthia Braga da Cunha na Revista de Saúde Pública da USP. O debate sobre as desigualdades raciais e suas consequências na saúde é recente. Foi só no fim dos anos 90 que começou a coleta de informação sobre a cor da pele na declaração de óbito e nascido vivo, graças a uma portaria de 1999. Então, a inclusão do campo raça/cor com os atributos adotados pelo IBGE entrou no sistema de dados do Ministério da Saúde.
O que se descobriu foi que os piores indicadores de mortalidade materna no parto são apresentados por mães pretas: cerca de sete vezes maior (275 por 100 mil nascidos vivos) do que entre mulheres brancas (43 por 100 mil nascidos). Pretos e pardos morrem cerca de duas vezes mais por agressões do que brancos: 136, 111, e 72 por 100 mil habitantes respectivamente.
No perfil de mortalidade nos homens pretos entre 40 e 69 anos, doenças cerebrovasculares predominam, mais associadas à pobreza em períodos precoces da vida, do que doenças do coração, que representam a primeira causa de óbito entre brancos.
Nas mulheres pretas entre 40 e 69 anos, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares (115 por 100 mil) é cerca de duas vezes maior do que entre brancas (58 por 100 mil). A mortalidade por doença hipertensiva e por diabetes é muito mais expressiva entre as mulheres pretas.
No parto, as mulheres de cor preta e parda são majoritariamente atendidas em estabelecimentos públicos, 58,9% e 46,9%, e nas maternidades conveniadas com o SUS, 29,6% e 32,0%. As brancas, ao contrário, quase a metade, 43,7%, tiveram seus partos realizados em maternidades privadas.
Foi elevada a proporção de mulheres pardas e negras que não conseguiram receber assistência na primeira maternidade procurada. A peregrinação em busca de atendimento foi de 31,8% entre as negras, e 18,5% nas brancas.
A anestesia foi amplamente utilizada para o parto vaginal nos dois grupos. Porém, a proporção de puérperas que não tiveram acesso a esse procedimento foi maior entre as pardas, 16,4% e negras, 21,8%. No momento do parto, foram mais penalizadas por não serem aceitas na primeira maternidade que procuraram e, incrivelmente, receberam menos anestesia.

Fonte: Marcelo Rubens Paiva – O Estado de S.Paulo

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fácil de matar: série de reportagen​s do Correio Braziliens​e aborda feminicídi​os no Brasil


Gilmara de Oliveira, 28 anos, celebra a primeira gravidez. Fernanda Martins, 32, escolhe vestidos para levar as três filhas à igreja. Maria do Socorro da Silva, 27, está na fila do embarque para voltar ao Brasil, depois de trabalhar por 24 meses na Espanha. Geysa Maciel dos Santos Cruz, 23, procura uma casa para morar com o filho Carlos Ralf, de 8. Tudo não passa de desejo de familiares e amigos que ficaram na saudade. As histórias das quatro mulheres foram interrompidas um pouco antes do fim da gestação, da seleção das roupas, do início do voo, da formatura de Ralf. Gilmara, Fernanda, Socorro e Geysa estão mortas. Foram assassinadas de forma covarde em 1998, 2002, 2009 e 2011, respectivamente. Deixaram de viver por serem mulheres.
Não são as únicas. Facadas, tiros, pedradas, golpes de foices e de machados foram os modos de assassinar 4,5 mil mulheres no ano passado em todo o Brasil. É fácil matá-las. Estupros coletivos, torturas psicológicas e físicas, negligência e discriminação — ora mascarada, ora pública — sufocam diariamente brasileiras. De todas as idades — desde a menina de dois anos estuprada e morta a golpes de enxada no interior do Ceará à senhora de 76 anos estrangulada pelo companheiro no Rio de Janeiro. E de todas as classes sociais.
A elevada proporção de mortes de homens — cerca de 90% das vítimas de homicídios — esconde o fenômeno do femicídio, ainda pouco estudado no país. O Brasil não produz estatísticas oficiais de homicídios por sexo, na contramão de países vizinhos que, além de monitorarem as mortes de mulheres, tipificam o crime em leis. Costa Rica, Guatemala, Chile, Colômbia e El Salvador incorporaram no ordenamento jurídico a definição do femicídio. México, Argentina e República Dominicana também estão discutindo alterações na legislação. Em toda a América Latina, o ritmo acelerado com que esses homicídios crescem indica o massacre por questões de gênero.
A série de reportagens “Fácil de matar”, que o Correio publica a partir de hoje, traça o novo cenário das mortes femininas no país. Estimativas obtidas pela reportagem apontam o aumento médio de 30% nesses crimes na última década. No Pará, chegou a 256%. Em Alagoas, 104%. A violência doméstica, sem resposta eficiente do Estado, apesar da aprovação da Lei Maria da Penha, persiste. Mas são cada vez mais comuns as mortes encomendadas por organizações criminosas, ligadas ao narcotráfico, às redes de exploração sexual e às máfias das fronteiras.
Durante os últimos dois meses, a reportagem buscou os crimes, as vítimas e identificou os algozes, todos homens. A covardia segue uma mesma lógica, fundamentada em repetidas violações de direitos. Ao longo da produção da reportagem, pelo menos 286 mulheres foram mortas no país. As tragédias — que serão contadas ao longo da semana — se perpetuam nas capitais, no interior e ultrapassam fronteiras, fazendo vítimas do outro lado do Oceano Atlântico. Em meio às histórias, uma mulher foi escolhida para dar voz às sobreviventes, reféns agora do medo. Tereza teve mais de 40% do corpo queimado depois de o marido derramar gasolina nela e atear fogo. Preso, ele não desistiu de matá-la.
Invisíveis
A dificuldade em mapear as informações é a primeira comprovação da invisibilidade do problema para o Poder Público. O levantamento feito pela reportagem considerou dados das secretarias de segurança pública, das polícias e dos movimentos feministas. Em média, 4,6 mulheres são assassinadas por 100 mil habitantes do sexo feminino, podendo mais que dobrar em algumas cidades. Os índices se igualam ou mesmo superam, sozinhos, a taxa total de homicídios, incluindo mulheres e homens, de países europeus ocidentais (3 a 4 por 100 mil), da América do Norte (2 a 6) e na Austrália (2 a 3). Em relação à América Latina, o Brasil perde apenas para lugares como El Salvador, Guiana e Guatemala, onde grupos de direitos humanos já atuam para reverter o caos provocado pelas mortes. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).
As únicas informações oficiais disponíveis no Brasil são do Ministério da Saúde, com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Divergem, no entanto, dos números da segurança pública e são prejudicadas por subnotificações. A série histórica das certidões de óbito comprova o aumento dos homicídios no país. Passa de 3,6 mil em 1996 para 4 mil em 2006. O próprio governo critica os dados. A Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, ligada à Presidência da República, ignora o fenômeno. Em nenhum dos pontos destacados pelo Plano Nacional de Políticas para Mulheres, a redução dos assassinatos aparece. Segundo a ministra Iriny Lopes, a prioridade é a prevenção da violência*. As expectativas de reverter a matança recaem agora sobre a primeira mulher eleita para ocupar o Palácio do Planalto. Dilma Rousseff prometeu, no discurso de posse, “glorificar a vida de cada uma das brasileiras”.

Reportagem do Correio Braziliense

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Milhares de mulheres do Iêmen protestam contra o machismo do presidente



O presidente Saleh desatou a fúria das mulheres ao dizer em um discurso que deveriam ficam em casa e não participar de protestos

Pelo segundo dia consecutivo, milhares de mulheres iemenitas tomaram as ruas em várias províncias do país apra condenar recentes declarações do presidente Ali Abdullah Saleh, que lhe recomendou ficar em casa durante as protestos anti-governamentais.
Durante um breve discurso na sexta-feira passada, Saleh disse que as mulheres que protestavam contra seu regime estavam violando as normas culturais do Iêmen, que proíbe as mulheres de se misturarem com homens que não são seus parentes diretos. Considerou o ato um "comportamento proibido" no Islã e lhes recomendou que ficassem em casa.
Os protestos aconteceram por todo o Iêmen no domingo, no que foi chamado o Dia da honra e da dignidade.
"Veja Saleh, o poder da mulher", dizia Raiofa Nasser, uma ativista que participou na marcha em Sanaa, capital do país. "Muitas mulheres estavam evitando os protestos porém desde o discurso de Saleh em que nos ataca, não iremos para casa mas seguiremos protestando até que ele se veja forçado a deixar o poder".
As mulheres marcharam também nas províncias de Shabwa, Dhammar, Baitha, Taiz e Ibb. Todas manifestavam sua raiva pelo que consideraram um insulto à sua dignidade.
"Inclusive as mulheres conservadoras se unirão aos protestos agora para demonstrar a todo aquele que duvide que as mulheres participarão do futuro do Iêmen", assegurou Salma Sabra, uma ativista dos direitos humanos em Aden.
As mulheres tomaram as ruas de 10 das províncias neste sábado para exigir a renúncia de Saleh, que governa o país desde 1978. O presidente estava chocado ao ver as mulheres liderarem as revoltas no Iêmen, assegurou o proeminente ativista Tawakkol Karman.
"Saleh finalmente mostrou ao mundo sua verdadeira cara e seu ódio às mulheres", comentou Karman, um líder do Islã, o principal partido opositor. Karman afirma que Saleh teme ser conhecido como o líder que foi derrotado por mulheres.
As manifestações anti-governamentais no Iêmen exigiram durante semanas a saída de Saleh e enfrentaram uma repressão violenta. As mulheres, por sua vez, começaram a mostrar seu rosto em público cada vez com maior freqüência.

Fonte: www.cnnmexico.com/
Tradução: Carolina Machado

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Em defesa de um Teatro das Oprimidas

As queridíssimas Teatraviesas - Grupo de Teatro dos Oprimidos e das Oprimidas. Barcelona, 2009.


  1. Iê, iê, iê, iê ao longo dos anos me transformei! 
Madalena (santa ou puta, puta ou santa?) veio flutuando pelo ar como espírito de busca que declarou-se ser – veio ter com o grupo de mulheres que lhe havia chamado. Madalena foi convidada a contar sua história no centro de um círculo dos bonitos olhos das mulheres ouvintes. Ao redor da mulher milenar, as Madalenas suspiravam de surpresa percebendo que à medida em que a história se desenrolava, o rosto de Madalena ia se tornando cada vez mais parecido com o de cada uma, até um ponto em que já não sabiam se estavam em círculo escutando ou se as palavras que ouviam não haviam mesmo sido pronunciadas por elas mesmas.
As mulheres criam seu espaço próprio de discussão e ação, elas criam uma nova espécie de irmandade, onde demonstram a importância da amizade como suporte emocional que nutre a causa da emancipação feminina. “Sisterhood is powerful” como movimentos feministas já afirmaram referindo-se à importância da amizade entre as mulheres em uma sociedade onde as mesmas são ensinadas a se verem como inimigas naturais, competindo por um homem, incapazes de confiar umas nas outras. Citando Eliane Gonçalves (2009, p.207): o sentido atribuído a “sisterhood” é curioso se pensarmos seu genérico englobante “brotherhood” termo que melhor define a camaradagem e a fraternidade entre homens livres e iguais, um conceito falogocêntrico de amizade, segundo Jacques Derrida (1997).   
As Madalenas agora se reúnem para criar este espaço tão especial – nós estamos plantando sementinhas através do processo de multiplicação em todo o país, estamos plantando, através do Teatro do Oprimido, a reivindicação da identidade feminina. Desejamos, para citar a famosa psicanalista Clarissa Pinkola Estes, “ser jovens enquanto velhas e velhas enquanto jovens”, pois as Madalenas são seres plenos capazes de aprender com mulheres de todas as faixas etárias, classes, cores, nacionalidades – através e contra qualquer tipo de segregacionismo utilizado para nos confundir e/ou insinuar desconfiança entre as almas femininas. Portanto, a velha lenda de que as mulheres não sabem se unir, já está sendo superada pois agora temos a chance de entender e agir contra os motivos da desunião entre as mulheres, agir contra todo e qualquer tipo de violência praticada contra as mulheres – o Teatro é a nossa grande arma
.
Marias&Madalenas - Teatro das Oprimidas em Brasília, 2011.


  1. Em defesa de um Teatro das Oprimidas

No Brasil, vários grupos de Teatro do Oprimido registraram repetidas vezes a emergência da temática da violência contra a mulher em trabalhos realizados ao redor do país. É a temática que mais se repete, a partir de relatos reais de mulheres que se expõem para falar publicamente sobre o tema. A metodologia do Teatro se mostrou assim um importante instrumento para tirar da obscuridade do privado a questão da violência física e psicológica contra a mulher, trazendo ao âmbito do público e indicando que, mesmo e apesar de todas as leis já existentes, as mulheres continuam sofrendo de violência e calando-se.
Dados da pesquisa “A mulher brasileira nos espaços público e privado”, indicam que praticamente a totalidade das mulheres investigadas só percebem a  violência urbana. A violência de gênero, a violência contra as mulheres, a violência doméstica e a violência intra-familiar, passam despercebidas. O que nos sugere o quanto ainda se faz necessário, dentro das políticas de igualdade de gênero, a criação e aplicação de mecanismos que sejam capazes de desvelar a violência e desnaturalizá-la no âmbito das relações privadas. Acaba por emergir também a comprovação de que a violência é sistêmica, ocorrendo nas distintas esferas da vida pública e privada, o que nos faz refletir na precariedade ainda existente em termos de compreensão e ação contra o fenômeno por parte das instituições políticas e associações civis. Ou seja, a dificuldade de tratar politicamente do tema dentro de uma tradição cultural que crê que “problemas de marido e mulher se resolvem em casa”, na cama ou onde melhor lhes convir. E o que se vê diariamente é que esses problemas seguem acabando em morte ou em traumas psicológicos profundos.
O problema ainda é o da negação desta “Outra”, ser feminino, diferente do ser masculino. A negação da alteridade. A essencialização da diferença como inferioridade – tema que os autores e autoras latino-americanos das teorias da descolonização têm tratado com especial atenção. A liberação da mulher deve ser parte integrante e inolvidável do projeto de liberação da humanidade. A liberação feminina deve atuar junto contra todas as formas de negação da Alteridade, da exterioridade da qual fazem parte não somente as mulheres, mas os negros, os indígenas, os mestiços, e a população pobre.
A defesa de um “Teatro das Oprimidas” já é realizada por distintos coletivos de mulheres: um teatro que efetivamente contribui para a formação política e a superação das opressões através da ação coletiva. Essa é a prática que defendemos ao longo deste texto: a prática de um teatro comprometido com um projeto político de liberação, não somente das mulheres, mas de negros, pobres e indígenas. Contribuindo para a descolonização das subjetividades delas e deles, os oprimidos. Enfim, para a construção de um conhecimento mais compartilhado e acessível à diversidade, lúdico, mas, sobretudo, político!

  1. Bibliografia

DERRIDA, J. Politics of friendship. London: Verso, 1997.
ESTÉS, Clarissa Pinkola. A ciranda das mulheres sábias; tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 2007
GONÇALVES, Eliane. Nem só nem mal acompanhada: reinterpretando a "solidão" das "solteiras" na contemporaneidade. Horiz. antropol., Dez 2009, vol.15, no.32, p.189-216.
VENTURI, G.; RECAMÁN, M.; OLIVEIRA, S. (Orgs.). A mulher brasileira nos
espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Volta ao Mundo das Angoleiras


"Eu sou Angoleira, oi iáiá,
Angoleira de valor"



A Roda de Capoeira Angola das Mulheres: um desejo que se realizou

A Roda de Capoeira Angola realizada pelas mulheres do Grupo Calunga de Capoeira Angola no dia 20 de Março no Jardim Botânico, com o apoio da Secretaria de Estado da Mulher e Promoção da Igualdade Racial (SEMIRA) construiu um cenário de rara beleza e difícil de se ver por aí. Reunimos, aos sons dos berimbaus, pandeiros, agogô, reco-reco e atabaque, três gerações de mulheres: aquelas que ainda são meninas levadas de colégios, as mulheres jovens que ainda não tiveram filhos e aquelas que já deram vida a mais uma geração, as mulheres-mães.

Todas tocando, cantando e jogando em homenagem à força e a resistência das mulheres - principalmente as mulheres negras que são nossas antepassadas na capoeira. Quando as rodas ainda eram formadas só por homens, essas corajosas antepassadas ousaram se intrometer e mostrar sua ginga - fizeram muita história e deram sua contribuição para a capoeira tal como a conhecemos hoje.



Um Roda de Angoleiras mostra a determinação de mergulhar nesta prática tão bonita e gostosa, que se apresenta como um grande desafio a nossos corpos, nossas mentes e nossos corações. Expressa a liberdade do corpo, o esforço em 'jogar com o outra' ou o outro lidando com nossas emoções mais íntimas, o nosso espontâneo, o nosso racional, o nosso instintivo. Quem nunca viu, venha ver!






As rodas de capoeira do Grupo Calunga se realizam todas as sextas-feiras, das 19h30 às 21h30 na Liga de Moradores do Setor Universitário